Pois é. O título jocoso decorre da “lógica” dos que apoiam o governo petista: seria impossível conciliação os dois fatores. Seja por burrice ou má-fé (é complicado saber qual é qual quando se trata dessa turma), alegam que só pode gritar “gol” quem não reclamou das mutretas, dos estádios bilionários ou das obras inacabadas.
A cara-de-pau chega ao ponto de atribuírem como “mérito do governo” a boa qualidade dos jogos da Copa. Certamente, esse desespero decorre da escassez de fatos positivos da gestão Dilma, então até mesmo o alto número de gols (é sério) tentam empurrar como “obra da presidenta”.
E apropriar-se da seleção brasileira não é novidade. Médici, por exemplo, era ótimo nisso de tentar fazer de conta que a seleção brasileira era dele. O problema é que, independentemente da vontade dos políticos e dos malabarismos de seus marqueteiros, o povo segue separando muito bem uma coisa da outra, para desespero da “Esquerda Garrastazu” (*).
Vale mencionar a turma do “NÃO VAI TER COPA”, especialmente a galerinha blequebloque. Evidentemente, tanto o quebra-quebra quanto qualquer iniciativa de IMPEDIR a realização dos jogos merecem repúdio – e, sim, cabe ao poder público reprimir (sem violência exacerbada etc.).
Quanto aos demais – entre os quais me incluo –, o truque usado é dizer que estavam “pessimistas” quanto à realização a Copa. É bobagem. Os problemas estruturais (e os houve) não impediriam nem ofuscariam a graça da festa. Mas o principal aí é a malandragem de chamar de “pessimista” quem na verdade denunciou a roubalheira.
Assim, por meio dessa falta total de equiparação entre discurso e fatos/atos, os governistas (quase todos) agora não admitem que os “pessimistas” comemorem vitórias da seleção brasileira, ou mesmo vejam jogos com algum entusiasmo.
Diante dessa bizarrice toda, portanto, é preciso deixar claro algo pra lá de óbvio: sim, é possível torcer pela seleção brasileira, gostar da qualidade dos jogos, comemorar gols e ao mesmo tempo ser contra o superfaturamento das obras da Copa e outras mutretas.
Estes são tempos complicados, em que se faz necessário expor obviedades como as deste texto. Mas vamoquevamo.
Em tempo: reitero aqui aposta feita nas redes sociais. Para mim, a seleção jogará MELHOR sem Neymar. Não pela qualidade (afinal, ele é o grande craque), mas pela força e pela raça que aumentarão demais diante desse episódio. Anotem aí e podem cobrar depois.
(*) Turma neo-ultranacionalista que no ano passado era contra cantar o hino nacional nas manifestações, mas agora durante a Copa não apenas o entoa aos berros como chega até mesmo a pintar a cara de verde-e-amarelo.
fonte: implicante.org