Paulo Câmara admite que pediu doação à JBS, mas assegura que não recebeu recursos

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As delações dos empresários Joesley Batista e Wesley Batista estremeceram as bases nada sólidas do Governo Temer e, mesmo afastado do epicentro, o Governo de Pernambuco também foi envolvido. O diretor de Relações Institucionais da Holding J&F, Ricardo Saud, relatou, no anexo 36 de sua delação premiada, a ligação da JBS com o então candidato à Presidência da República pelo PSB, em 2014, Eduardo Campos. No depoimento, realizado no dia 5 de maio, ele cita que o grupo empresarial tratou de recursos que seriam direcionados para a campanha de Eduardo Campos e demais candidatos socialistas naquele ano. Os nomes do governador Paulo Câmara, então candidato ao Palácio do Campo das Princesas, do prefeito do Recife, Geraldo Julio, e do senador Fernando Bezerra Coelho também foram citados. Nesta segunda-feira, Paulo Câmara respondeu as acusações durante coletiva de imprensa. O socialista admite que pediu contribuição para campanha aos empresários, mas garante que não obteve doações.

“Como candidato ao governo de Pernambuco, em 2014, eu tive encontros empresariais com muitas empresas doadoras. Tive encontros que resultaram em doações oficiais e tive encontros que não resultaram em doações. É verdade que tive encontros com represetantes da JBS. Foi quando solicitei contribuição de campanha que não veio, que não chegou na nossa campanha. Isso fazia parte da forma de fazer campanha em 2014 ou seja de arrecadar recursos. Era permitido por lei e foi feito por todos os candidatos”, defendeu Câmara.

No documento da delação, Ricardo Saud informa que “não houve negociação e nem promessa de ato de ofício. As doações oficiais para o PSB, tanto para o partido quanto para seus candidatos, totalizaram R$ 14,650 milhões”. De acordo com o governador, não houve repasse para Pernambuco. “Minha campanha eleitoral de 2014 não recebeu recursos da empresa JBS. Nem a minha campanha nem o PSB estadual recebeu nenhum centavo desta empresa. As doações que a JBS fez foram ao PSB nacional. Está tudo registrado nas doações do PSB nacional e essa própria pessoa que está fazendo a delação foi muito textual ao dizer que a doação ao PSB nacional ocorreu sem nenhuma contrapartida e sem nenhum beneficio”, continuou o socialista.

“Na analise dos documentos que foram apresentados tanto pelo Ministério Público Federal quanto pelo Supremo Tribunal Federal, não há menção ao meu nome. A análise de todos os documentos assinados pelo procurador da República, Rodrigo Janot, e devidamente encaminhada e chancelada pelo ministro Fachin não faz menção ao nome de Paulo Câmara, ao nome de Geraldo Julio e ao nome de Eduardo Campos. Estou indignado, mas não vou baixar a cabeça. Eu tenho o compromisso de trabalhar por Pernambuco e vou continuar trabalhando. Sou um servidor público, vivo do meu salário e só tenho dois patrimônios: a minha família e o meu nome, e ninguém vai manchar”, concluiu.

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