Para o cirurgião ortopédico Eduardo Queiroz, presidente da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia Regional Pernambuco, esta é a primeira de uma série de cirurgias deste tipo que serão conduzidas no Brasil.
“A gente fica muito orgulhoso, porque é um membro daqui de Pernambuco. Todo mundo está aqui realizado”, comemorou.
Marcelo Souza informou que o conceito de osteointegração começou na odontologia, com os implantes dentários. O médico Rickard Branemark aproveitou e aplicou na ortopedia em pacientes amputados.
“Na realidade, osteointegração significa integrar o osso de um paciente com alguma coisa que a gente implanta dentro dele. Se olharmos para a população de pacientes amputados no mundo vamos perceber que cerca de 40% deles não conseguem se adaptar a próteses”, explicou Marcelo Souza.
Por se tratar de um equipamento internacional e de alto custo, o cirurgião se empenhou em trazer a tecnologia ao Brasil. O modelo nacional foi idealizado por ele junto com o protesista Tiago Bessa, responsável pela reabilitação e protetização.
Eles conseguiram o apoio da empresa de próteses ortopédicas Impol e , após quatro anos de tramitação na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o implante foi aprovado no fim de 2021.
“Isso serve não apenas pra pacientes amputados por causa de tumores ósseos, mas para pacientes amputados por trauma, como acidente de moto, de carro, até se for um paciente diabético, mas controlado e não tiver grandes complicações”, detalhou.
Somente o implante feito na Holanda, segundo o médico, custa 20 mil euros. “Um valor praticamente impossível tanto para quem tem algum convênio privado como para o SUS (Sistema Único de Saúde), inimaginável. Então uma empresa brasileira acreditou no projeto”, lembrou. Souza não informou o custo do implante a partir da fabricação feita no Brasil.